





Dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho
10 de novembro de 2020
Tradicionalmente, o dia 11 de novembro é um dia em que famílias, amigos e vizinhos se reúnem para celebrar a chegada do tempo frio com as celebrações do São Martinho.
Conta a lenda de São Martinho que num dia chuvoso e de muito frio, um soldado romano chamado Martinho estava a caminho da sua terra natal, quando ao passar a cavalo por um mendigo com roupas pouco aconchegantes, lhe pediu uma esmola. Martinho, com a sua espada, rasgou a sua capa ao meio para lhe dar metade. De repente parou de chover, o frio acalmou e o sol apareceu. Acredita-se que as temperaturas invulgares de novembro estão associadas a esta recompensa generosa de Martinho. Esta é uma altura conhecida por “Verão de São Martinho”.
As celebrações deste Santo têm vários costumes que valem a pena recordar, festejar e saborear.
É tradição neste dia fazer o Magusto.
Reza o provérbio que «No dia de São Martinho, pão, castanhas e vinho!», onde se assam castanhas e se bebe o vinho.
O São Martinho festeja-se numa altura do ano marcada desta forma pela colheita da castanha (feita durante os meses de outubro, novembro e dezembro) e por este motivo, é natural que este fruto seja convidado para fazer parte da festa!
A árvore de onde vem a castanha é o castanheiro. Quando nasce, a castanha está protegida por uma «capa» cheia de picos, o chamado ouriço da castanha. Quando chega o outono, o ouriço abre-se e a castanha cai, podendo ser apanhada.
A castanha é um alimento consumido desde sempre, pois antes da batata se espalhar pelo mundo, este fruto era a base da alimentação.
A vinda do frio pede comida aconchegante e bebidas aromáticas.
As castanhas querem-se quentes e boas, quer venham assadas ou cheguem cozidas com erva-doce.
Em algumas localidades mais pequenas há rituais que se mantêm ainda nos dias de hoje. Existe a tradição de se juntarem à volta da fogueira com o intuito de se aquecerem ao mesmo tempo que as castanhas são assadas. O assar das castanhas tem o seu ritual que passa por fazer uma cama de caruma para onde se lançam as castanhas talhadas e polvilhadas de sal grosso. As castanhas são vigiadas por mãos sábias que rodeiam a fogueira. Esta forma tradicional de assar castanhas tem-se vindo a perder, sendo substituída por outras formas mais práticas, como por exemplo os assadores de barro ou metal ou até mesmo os fornos elétricos.
Tadicionalmente, com as castanhas bebe-se um copo de ginjinha, de jeropiga ou de água-pé.
O Magusto é também uma altura em que se prova o vinho novo proveniente das colheitas das vindimas de setembro e outubro do ano anterior. Como diz o ditado popular, “No dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho”.
É também habitual ver vendedores de castanhas pelas ruas.
Em Leiria temos a D. Fernanda, a senhora das Castanhas. A D. Fernanda conta que durante 6 meses, de outubro a março, diariamente se desloca há 51 anos, para assar esta iguaria no centro de Leiria junto à Rodoviária.
A D. Fernanda diz que a castanha é boa grande e não gosta que misturem a grande com a pequena, pois desta forma a pequena queima ao assar ao mesmo tempo que a grande, pois o tempo de cozedura é diferente.
Fica-nos sempre na memória o fumo branco que sai dos assadores a carvão e o famoso pregão “quentes e boas”, destas castanhas que são vendidas em cartuchos. Cartuchos estes feitos através de páginas de revistas ou jornais.
O Magusto é muito mais do que castanhas e bom vinho. Traz com ele momentos e memórias de convívios. Antigamente, para muitos, esta era a última oportunidade de conviver alegremente, pois a partir daqui entramos numa fase em que as noites se tornam maiores do que os dias, o frio apela à recolha e a natureza repousa após meses de colheitas. É momento de repouso até a terra estar novamente preparada para dar vida às sementeiras.
Conta-nos como vai ser o teu Magusto!
Aproveita para saboreares as castanhas “Quentes e Boas”, acampanhadas por uma boa Ginjinha.
Pelas Tradições
A Equipa das Inspirações
Dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho
10 de novembro de 2020






Tradicionalmente, o dia 11 de novembro é um dia em que famílias, amigos e vizinhos se reúnem para celebrar a chegada do tempo frio com as celebrações do São Martinho.
Conta a lenda de São Martinho que num dia chuvoso e de muito frio, um soldado romano chamado Martinho estava a caminho da sua terra natal, quando ao passar a cavalo por um mendigo com roupas pouco aconchegantes, lhe pediu uma esmola. Martinho, com a sua espada, rasgou a sua capa ao meio para lhe dar metade. De repente parou de chover, o frio acalmou e o sol apareceu. Acredita-se que as temperaturas invulgares de novembro estão associadas a esta recompensa generosa de Martinho. Esta é uma altura conhecida por “Verão de São Martinho”.
As celebrações deste Santo têm vários costumes que valem a pena recordar, festejar e saborear.
É tradição neste dia fazer o Magusto.
Reza o provérbio que «No dia de São Martinho, pão, castanhas e vinho!», onde se assam castanhas e se bebe o vinho.
O São Martinho festeja-se numa altura do ano marcada desta forma pela colheita da castanha (feita durante os meses de outubro, novembro e dezembro) e por este motivo, é natural que este fruto seja convidado para fazer parte da festa!
A árvore de onde vem a castanha é o castanheiro. Quando nasce, a castanha está protegida por uma «capa» cheia de picos, o chamado ouriço da castanha. Quando chega o outono, o ouriço abre-se e a castanha cai, podendo ser apanhada.
A castanha é um alimento consumido desde sempre, pois antes da batata se espalhar pelo mundo, este fruto era a base da alimentação.
A vinda do frio pede comida aconchegante e bebidas aromáticas.
As castanhas querem-se quentes e boas, quer venham assadas ou cheguem cozidas com erva-doce.
Em algumas localidades mais pequenas há rituais que se mantêm ainda nos dias de hoje. Existe a tradição de se juntarem à volta da fogueira com o intuito de se aquecerem ao mesmo tempo que as castanhas são assadas. O assar das castanhas tem o seu ritual que passa por fazer uma cama de caruma para onde se lançam as castanhas talhadas e polvilhadas de sal grosso. As castanhas são vigiadas por mãos sábias que rodeiam a fogueira. Esta forma tradicional de assar castanhas tem-se vindo a perder, sendo substituída por outras formas mais práticas, como por exemplo os assadores de barro ou metal ou até mesmo os fornos elétricos.
Tadicionalmente, com as castanhas bebe-se um copo de ginjinha, de jeropiga ou de água-pé.
O Magusto é também uma altura em que se prova o vinho novo proveniente das colheitas das vindimas de setembro e outubro do ano anterior. Como diz o ditado popular, “No dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho”.
É também habitual ver vendedores de castanhas pelas ruas.
Em Leiria temos a D. Fernanda, a senhora das Castanhas. A D. Fernanda conta que durante 6 meses, de outubro a março, diariamente se desloca há 51 anos, para assar esta iguaria no centro de Leiria junto à Rodoviária.
A D. Fernanda diz que a castanha é boa grande e não gosta que misturem a grande com a pequena, pois desta forma a pequena queima ao assar ao mesmo tempo que a grande, pois o tempo de cozedura é diferente.
Fica-nos sempre na memória o fumo branco que sai dos assadores a carvão e o famoso pregão “quentes e boas”, destas castanhas que são vendidas em cartuchos. Cartuchos estes feitos através de páginas de revistas ou jornais.
O Magusto é muito mais do que castanhas e bom vinho. Traz com ele momentos e memórias de convívios. Antigamente, para muitos, esta era a última oportunidade de conviver alegremente, pois a partir daqui entramos numa fase em que as noites se tornam maiores do que os dias, o frio apela à recolha e a natureza repousa após meses de colheitas. É momento de repouso até a terra estar novamente preparada para dar vida às sementeiras.
Conta-nos como vai ser o teu Magusto!
Aproveita para saboreares as castanhas “Quentes e Boas”, acampanhadas por uma boa Ginjinha.
Pelas Tradições
A Equipa das Inspirações